Poucas coisas sabem melhor quando se está na praia do que uma bola de berlim "bem fresquinha" cheia de açúcar, creme e gordurosa, sim bem gordurosa ;)... Um pastel de nata depois do café... um belo chouriço assado com uma fatia de pão alentejano... para já não falar das sardinhas assadas na brasa em pleno mês de agosto e também setembro, regadas com um bom e gelado vinho rosé... E que dizer do bom cozido à portuguesa, com tudo... a bela sopa de cação à alentejana... migas de batata com entrecosto... ou migas de espargos, hum tão bom. Mas venha também a caldeirada, as ameijoas, os camarões e as lambujinhas. Há lá coisa que saiba melhor com uma imperial fresquinha depois de um dia de calor na praia? A posta miradesa grelhada, o leite creme feito ao jeitinho do Norte... os rojões e o arroz de cabidela, do sarrabulho e do ensopado de borrego à moda do alentejo? o arroz de marisco e a massada de gambas... as lapas, o bolo do caco, a bola de carnes e o folar da páscoa. E viva a broa de avintes, coberta com um belo queijo da serra ou de azeitão derretido... e venha a açorda, á alentejana ou à moda do litoral... e as sopas, como só há por cá, saudáveis e tão saborosas... o bacalhau de mil maneiras, mas, para mim à lagareiro, se faz favor...E a doçaria. E os ingredientes? Alguém duvida que o azeite, o vinho, as frutas, o peixe, e quase tudo o que sai desta terra, respeitando os ritmos da natureza, acaba sendo do melhor que se produz e cultiva no mundo?
Porque é que não valorizamos a nossa agricultura? porque é que impermeabilizamos os melhores solos do país, como acontece aqui onde vivo, em carcavelos? porquê? Porque estamos a fazer tudo certo para nos endividarmos, para sermos cada vez mais dependentes do exterior, quando cá dentro, na verdade, temos tudo o que precisamos?
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Da gastronomia portuguesa. A melhor do Mundo. Onde se come melhor que em Portugal?
Dedilhado por MulherSemCabo à(s) 15:33 1 anatomias
ossos: gastronomia, opinião, Portugal
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Tempo de Revolução - Do Sol e do mar do nosso (des)contentamento
Há quem ache que o tempo das revoluções passou. Que já não há ideais, utopias para tentar transformar em realidade, e que hoje já não há lugar para os sonhos... a não ser quando se está a dormir. Há quem acredite que o que temos é na verdade o que merecemos e que, na verdade, salvo raras excepções no caso de pessoas realmente boas,a maioria de nós homens e mulheres, não merece mais do que isto.
Falando de Portugal em concreto, este País abençoado com um clima excepcionalmente bom e ameno, com uma frente litoral extraordinariamente bem fornecida de areias claras e convidativas, uma gastronomia deliciosa e pujante de criatividade... E habitado por nós. Que não chegamos a ser dez milhões de almas cá dentro. Outros dois milhões em diáspora pelo Mundo. Apesar das condiçoes exceptionais com que a Natureza nos brindou - ou talvez precisamente por causa delas -, não fomos dotados do engenho para as aproveitar, tirar partido delas e conseguir, ao menos, ser razoavelmente autosuficientes.
Será que precisamos de pouco mais do que uns dias de Sol, mar e areia, para sermos felizes? Nós portugueses? Em tempo de crise e desemprego, quando mais de 10% dos portugueses se queixam do desemprego, vejo as praias encherem-se durante a semana, neste inicio de Abril, que até agora foi de tudo, menos águas mil... Não se trabalha, não se estuda? Mas, valha-nos o Sol. E penso. Mas, esta gente não trabalha? Nem quer trabalhar?
Passam uns dias e nas finanças ouço alguns reformados queixarem-se: "Geração à rasca? À rasca estou eu que tenho que sustentar o meu filho, a nora e mais dois genros... Estão À rasca, desempregados, mas foram apanhar Sol ali para a praia de Carcavelos que, por acaso até está cheia. Pois no meu tempo não era assim. Se não tinha emprego, tinha que o procurar para comer. Não ia para a praia de carcavelos apanhar banhos de Sol!"
Dedilhado por MulherSemCabo à(s) 23:32 0 anatomias
ossos: opinião