sexta-feira, 22 de abril de 2011

Da gastronomia portuguesa. A melhor do Mundo. Onde se come melhor que em Portugal?


Poucas coisas sabem melhor quando se está na praia do que uma bola de berlim "bem fresquinha" cheia de açúcar, creme e gordurosa, sim bem gordurosa ;)... Um pastel de nata depois do café... um belo chouriço assado com uma fatia de pão alentejano... para já não falar das sardinhas assadas na brasa em pleno mês de agosto e também setembro, regadas com um bom e gelado vinho rosé... E que dizer do bom cozido à portuguesa, com tudo... a bela sopa de cação à alentejana... migas de batata com entrecosto... ou migas de espargos, hum tão bom. Mas venha também a caldeirada, as ameijoas, os camarões e as lambujinhas. Há lá coisa que saiba melhor com uma imperial fresquinha depois de um dia de calor na praia? A posta miradesa grelhada, o leite creme feito ao jeitinho do Norte... os rojões e o arroz de cabidela, do sarrabulho e do ensopado de borrego à moda do alentejo? o arroz de marisco e a massada de gambas... as lapas, o bolo do caco, a bola de carnes e o folar da páscoa. E viva a broa de avintes, coberta com um belo queijo da serra ou de azeitão derretido... e venha a açorda, á alentejana ou à moda do litoral... e as sopas, como só há por cá, saudáveis e tão saborosas... o bacalhau de mil maneiras, mas, para mim à lagareiro, se faz favor...E a doçaria. E os ingredientes? Alguém duvida que o azeite, o vinho, as frutas, o peixe, e quase tudo o que sai desta terra, respeitando os ritmos da natureza, acaba sendo do melhor que se produz e cultiva no mundo?

Porque é que não valorizamos a nossa agricultura? porque é que impermeabilizamos os melhores solos do país, como acontece aqui onde vivo, em carcavelos? porquê? Porque estamos a fazer tudo certo para nos endividarmos, para sermos cada vez mais dependentes do exterior, quando cá dentro, na verdade, temos tudo o que precisamos?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tempo de Revolução - Do Sol e do mar do nosso (des)contentamento


Há quem ache que o tempo das revoluções passou. Que já não há ideais, utopias para tentar transformar em realidade, e que hoje já não há lugar para os sonhos... a não ser quando se está a dormir. Há quem acredite que o que temos é na verdade o que merecemos e que, na verdade, salvo raras excepções no caso de pessoas realmente boas,a maioria de nós homens e mulheres, não merece mais do que isto.

Falando de Portugal em concreto, este País abençoado com um clima excepcionalmente bom e ameno, com uma frente litoral extraordinariamente bem fornecida de areias claras e convidativas, uma gastronomia deliciosa e pujante de criatividade... E habitado por nós. Que não chegamos a ser dez milhões de almas cá dentro. Outros dois milhões em diáspora pelo Mundo. Apesar das condiçoes exceptionais com que a Natureza nos brindou - ou talvez precisamente por causa delas -, não fomos dotados do engenho para as aproveitar, tirar partido delas e conseguir, ao menos, ser razoavelmente autosuficientes.

Será que precisamos de pouco mais do que uns dias de Sol, mar e areia, para sermos felizes? Nós portugueses? Em tempo de crise e desemprego, quando mais de 10% dos portugueses se queixam do desemprego, vejo as praias encherem-se durante a semana, neste inicio de Abril, que até agora foi de tudo, menos águas mil... Não se trabalha, não se estuda? Mas, valha-nos o Sol. E penso. Mas, esta gente não trabalha? Nem quer trabalhar?

Passam uns dias e nas finanças ouço alguns reformados queixarem-se: "Geração à rasca? À rasca estou eu que tenho que sustentar o meu filho, a nora e mais dois genros... Estão À rasca, desempregados, mas foram apanhar Sol ali para a praia de Carcavelos que, por acaso até está cheia. Pois no meu tempo não era assim. Se não tinha emprego, tinha que o procurar para comer. Não ia para a praia de carcavelos apanhar banhos de Sol!"