segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tempo de Revolução - Do Sol e do mar do nosso (des)contentamento


Há quem ache que o tempo das revoluções passou. Que já não há ideais, utopias para tentar transformar em realidade, e que hoje já não há lugar para os sonhos... a não ser quando se está a dormir. Há quem acredite que o que temos é na verdade o que merecemos e que, na verdade, salvo raras excepções no caso de pessoas realmente boas,a maioria de nós homens e mulheres, não merece mais do que isto.

Falando de Portugal em concreto, este País abençoado com um clima excepcionalmente bom e ameno, com uma frente litoral extraordinariamente bem fornecida de areias claras e convidativas, uma gastronomia deliciosa e pujante de criatividade... E habitado por nós. Que não chegamos a ser dez milhões de almas cá dentro. Outros dois milhões em diáspora pelo Mundo. Apesar das condiçoes exceptionais com que a Natureza nos brindou - ou talvez precisamente por causa delas -, não fomos dotados do engenho para as aproveitar, tirar partido delas e conseguir, ao menos, ser razoavelmente autosuficientes.

Será que precisamos de pouco mais do que uns dias de Sol, mar e areia, para sermos felizes? Nós portugueses? Em tempo de crise e desemprego, quando mais de 10% dos portugueses se queixam do desemprego, vejo as praias encherem-se durante a semana, neste inicio de Abril, que até agora foi de tudo, menos águas mil... Não se trabalha, não se estuda? Mas, valha-nos o Sol. E penso. Mas, esta gente não trabalha? Nem quer trabalhar?

Passam uns dias e nas finanças ouço alguns reformados queixarem-se: "Geração à rasca? À rasca estou eu que tenho que sustentar o meu filho, a nora e mais dois genros... Estão À rasca, desempregados, mas foram apanhar Sol ali para a praia de Carcavelos que, por acaso até está cheia. Pois no meu tempo não era assim. Se não tinha emprego, tinha que o procurar para comer. Não ia para a praia de carcavelos apanhar banhos de Sol!"

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