quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

"É um erro pensar que só podemos ter afinidades com as pessoas que se assemelham a nós.
Acho que podemos ter afinidades ainda mais fortes com aqueles que não se parecem connosco, exactamente por serem diferentes."

André Béteille, (sociólogo, Índia), in Revista Tehelka (Nova Deli), 19.05.2007/ Courier Internacional (edição portuguesa), Fevereiro 2008


Eis uma frase simples. Verdadeira.
Mas, que muitos (falo por mim que me incluo na média), tendem a esquecer e a não aplicar.
A sabedoria popular sempre nos alertou para a atracção dos opostos.
E, é verdade que conviver com pessoas diferentes nos ajuda a conhecer mais sobre o Mundo dos homens. E sobre nós próprios também. A melhorar certas coisas em nós... Já me aconteceu!
No início da minha adolescência foi a Carmo, uma miúda bem diferente de mim, saudavelmente doida, que me fez sair da casca e a perder aquela maldita timidez que me impedia de falar (é verdade! aos 13 eu era bem atadazita, uma verdadeira tótó, usava ganchinhos e meias de renda até ao joelho ::))))

Mas, viver nas cidades pode levar-nos a esquecer aquilo de que o Béteille falava. Lembrei-me de mim quando li a frase.. Nos últimos anos, por comodismo (e uma certa burrice), tenho seleccionado amizades baseada nas tais afinidades. Porque, vocês sabem, à partida, é mais fácil comunicar com quem gosta das mesmas coisas que nós. É mais mais fácil arranjar companhia para ir a determinados sítios, ver determinadas coisas (os cinemas, etc...)
A amizade ou o relacionamento, qualquer que ele seja, inicia-se mais rápido assim. Mas, de facto, o que se segue é um eterno remoer dos mesmos assuntos, actividades e rotinas... O ram-ram do costume.

Se só nos damos com quem é parecido connosco, não é outro passo em direcção à rotina?
Adoro-vos

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